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Falta vacina? Entenda a mudança na imunização contra a febre amarela

Falta vacina? Entenda a mudança na imunização contra a febre amarela

O Ministério da Saúde anunciou nesta terça-feira uma nova campanha de vacinação contra a febre amarela silvestre, que “fraciona” o estoque de vacina para atingir cerca de 19 milhões de pessoas e frear avanço da doença no Rio de Janeiro, São Paulo e Bahia.

A estratégia, já adotada em surtos da doença na África, pretende garantir que o governo mantenha estoques estratégicos no caso de novas crises, e vacinar um número grande de pessoas rapidamente.

Mas, na prática, a medida fará com que quem tomar a vacina fracionada tenha que repetir a imunização mais tarde. A campanha acontecerá durante apenas 15 dias entre fevereiro e março.

“Não sabemos a extensão do que vai acontecer com a febre amarela neste ano e, por precaução, estamos regulando nosso estoque para eventual necessidade. Se surgirem outros focos em outros Estados, teremos condições de cobrir”, afirmou o ministro da Saúde, Ricardo Barros.

De dezembro de 2016 a julho de 2017, o Brasil viveu o pior surto de febre amarela silvestre registrado desde 1980.

O que muda na vacinação

Na terça-feira, o Ministério da Saúde afirmou que 75 municípios dos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia terão campanhas de vacinação com doses padrão e doses fracionadas contra a febre amarela. Os municípios foram escolhidos pelos governos estaduais.

Segundo o pediatra e especialista em vacinas Juarez Cunha, um dos diretores da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), a vacina continua sendo exatamente a mesma – um soro que utiliza o vírus atenuado para fazer com que o organismo crie anticorpos contra ele.

A diferença é que a dose fracionada contém 0,1 mL do soro, o que representa um quinto da dose padrão. Quem receber esse tipo de vacina fica imunizado por menos tempo – pelo menos oito anos, segundo estudo realizado pelo Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Biomanguinhos/Fiocruz).

Já quem recebe a dose padrão fica imunizado pela vida inteira, e só precisa ser vacinado uma única vez.

Vacinar uma ou mais vezes?

A frequência da imunização ainda causa confusão entre os brasileiros porque o país alterou recentemente o seu protocolo contra a febre amarela, por causa do surto de 2017.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda, desde 2014, apenas uma dose da vacina. Somente em abril de 2017, no entanto, o governo brasileiro decidiu adotar a norma. Até então, o protocolo brasileiro recomendava duas doses, com intervalo de 10 anos, para a proteção contra a doença.

Estudos científicos utilizados como base pela OMS demonstraram que apenas uma dose é suficiente para que o organismo continue tendo anticorpos para o resto da vida. No entanto, o Brasil mantinha a segunda dose como reforço da primeira, já que é um país onde a doença é endêmica.

“O Brasil fazia isso justamente por ter passado por vários surtos de febre amarela. Não podíamos correr riscos”, explica Cunha.

O surto de 2017 atingiu Estados onde a vacinação não era obrigatória, como o Espírito Santo e o Rio de Janeiro, e fez com que o Brasil precisasse utilizar parte do estoque estratégico de vacinas da OMS, por não ter o suficiente para ampliar a vacinação imediatamente.

Agora, vale a seguinte regra, segundo o Ministério: quem já recebeu a dose padrão da vacina uma vez não precisará recebê-la novamente.

Mas quem receber a dose fracionada – que só será administrada durante 15 dias em alguns municípios de SP, RJ e BA – terá um selo diferente em sua carteira de vacinação e precisará renovar a vacina em alguns anos, um período a ser determinado pelos estudos em andamento.

Por que fracionar a vacina?

A estratégia de fracionamento já foi utilizada em Angola e no Congo durante um surto de febre amarela silvestre em 2016, por causa da escassez da vacina. Na época, o Brasil chegou a enviar 2,5 milhões de doses aos dois países, por meio de acordo com a OMS.

No entanto, o Ministério da Saúde brasileiro afirma que a campanha com a vacina fracionada não significa que faltam doses padrão do soro no Brasil. A estratégia teria, portanto, o objetivo de atingir um número maior de pessoas rapidamente, e evitar o avanço do vírus silvestre.

“Fracionaremos a vacina para garantir cobertura rápida em curto período de tempo”, afirmou o ministro Ricardo Barros em coletiva de imprensa na terça-feira.

A pasta não divulga o número de doses padrão do soro contra a febre amarela disponíveis no Brasil, por ser uma informação estratégica. Mas afirma que o país tem condições de vacinar a população das áreas onde se recomenda obrigatoriamente a imunização.

“No presente momento o Brasil produz o quantitativo (de vacina) que necessita”, disse à BBC Brasil, por e-mail, o Instituto Bio-Manguinhos, da Fiocruz, que produz toda a vacina distribuída pelo Sistema Único de Saúde (SUS), segundo a demanda do Ministério.

Em março de 2017, a OMS enviou cerca de 3,5 milhões de doses de vacina para o Brasil, para ajudar a controlar o surto.

Na rede particular, alguns laboratórios também oferecem a vacina produzida pelo laboratório francês Sanofi Pasteur, a preços que variam de R$ 130 a R$ 200. O laboratório não divulga quantas doses de sua vacina há no país, e o Instituto Bio-Manguinhos afirma que não há relação entre o estoque nacional e o importado.

Ainda há surto da doença no Brasil?

O Ministério da Saúde considera que o surto de febre amarela que atingiu o Brasil em 2017 – o maior com número de casos em humanos desde 1980 – acabou no último mês de julho.

Entre dezembro de 2016 e junho do ano passado, foram confirmados 777 casos e 261 mortes pela doença no país. Em agosto, o governo federal deu o surto como encerrado.

Desde então, 11 novos casos foram confirmados – oito em São Paulo, um em Minas Gerais, um no Rio de Janeiro e um no Distrito Federal. Quatro pessoas morreram e outros 92 casos estão em investigação. Também foram confirmados 358 epizootias (casos em macacos).

Desde outubro, 26 parques municipais e estaduais foram fechados nas zonas norte, sul e oeste da capital e na Grande São Paulo por causa do alto índice de mortes de macacos infectados pelo vírus.

O governo paulista considera que ainda não há situação de surto na capital – a maior cidade do país – já que não há casos autóctones em humanos, mas apenas casos importados, ou seja, de pessoas que contraíram o vírus em outros municípios ou Estados.

A febre amarela chegou às áreas urbanas?

Até o momento, não. A febre amarela silvestre, que ocorre em áreas rurais, transmitida pelos mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes, é a variedade que ainda provoca surtos no Brasil. O país não registra casos de febre amarela urbana, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, desde 1942.

Mas a volta do vírus para as grandes metrópoles preocupa especialistas e autoridades.

Ao longo dos anos, o mapa das regiões recomendadas de vacinação no Brasil foi se ampliando. Em 1997, segundo dados do Ministério, a maior parte dos Estados do Nordeste, do Sudeste e do Sul ainda era considerada “indene”, ou seja, não afetada pelo vírus.

Em 2017, toda a região Sul e quase todo o Sudeste têm recomendação permanente de vacinação, além de partes dos Estados da Bahia e do Piauí. Desde o último surto, o Espírito Santo tornou-se área de recomendação temporária.

Atualmente, a vacinação para febre amarela é recomendada e oferecida em 21 Estados: Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Bahia, Maranhão, Piauí, Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

http://www.bbc.com/portuguese/brasil-41798758

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