Dois representantes da Construtora Roselaine, empreiteira licitada pela Prefeitura de Itapema em 2012, para a construção da nova Escola Municipal Luiz Francisco Vieira, no Bairro Ilhota, atenderam à convocação do vereador Vanio Cesar Vieira (PT) para dar explicações sobre a paralisação do projeto. Segundo Vanio, o requerimento, para que a empresa prestasse esclarecimentos sobre o abandono dessa obra pública, deu-se diante da omissão do atual prefeito, Rodrigo Bolinha, que não respondeu aos inúmeros requerimentos enviados pela Câmara à Prefeitura, tratando desse assunto. A presença dos representantes da Roselaine foi registrada na terça-feira (dia 23), durante sessão ordinária da Câmara de Itapema. O vereador lembrou que há três anos vem cobrando providências em relação à obra paralisada.
O coordenador de obras da Construtora, Rodrigo Monteiro, afirmou, na tribuna da Câmara, que o impasse com a construção da nova escola do Ilhota se arrasta desde o início do Governo Bolinha. “Iniciamos aquela obra em julho de 2012, e ela se encontra inacabada até o momento por descaso da Prefeitura, neste caso, na gestão do prefeito Bolinha”, afirmou.
Monteiro explicou que, após a nova gestão ter assumido a Prefeitura, a construção ficou oito meses sem fiscalização. “Ficamos travados, sem respostas diante dos entraves de obra. Com isso, o atraso no fechamento das paredes, pastilhas de acabamento, assim como luminárias e demais acabamentos, foram inevitáveis, atrasando muito o cronograma de nossa obra, atraso esse por conta de uma gestão de fiscalização ausente e, aparentemente, sem interesse nesse projeto”, afirmou o coordenador da empresa Roselaine.
Ainda segundo Monteiro, a empreiteira buscou soluções inúmeras vezes, junto à Procuradoria da Prefeitura, Controladoria, Secretaria de Planejamento, e até mesmo diretamente com o prefeito Bolinha. “Nada foi solucionado, formando um enorme descaso”, complementou.
A empresa usou o seu tempo diante do plenário de Itapema, e se defendeu das acusações de que a obra da nova escola é inadequada e oferece riscos aos estudantes. “A Construtora foi, muitas vezes, difamada nesta Casa, sem os autores conhecerem a veracidade dos fatos. Gostaria de informar que, conforme perícia executada neste ano, constatou-se que a nossa construção é sólida e segura, e se destina ao fim que foi construída”, disse. Segundo ele, essas informações estão contidas no processo judicial instaurado entre a Roselaine, o Ministério Público e a Prefeitura de Itapema.
A sócia proprietária da empresa, Roselaine, também usou a palavra para defender a idoneidade da sua construtora. Ela acusou a Prefeitura de Itapema de dar calote na empreiteira. “Eu espero que a Prefeitura me ressarça, porque eu ainda não recebi boa parte daquela obra. Em frente à escola, têm várias faixas informando a comunidade da situação: ‘obra aguardando decisão judicial; Prefeitura não pagou a obra’. Agora, por que o pessoal do prefeito invadiu a escola para tirar as faixas que foram colocadas lá? Isso é uma infração. Eles tiraram as faixas para que a comunidade não soubesse que eles não pagaram por aquela escola. E minha empresa tem que receber para pagar seus credores”, desabafou.
Ela afirmou, ainda, que a Prefeitura de Itapema “nunca pagou à construtora uma nota fiscal completa”, como manda a lei. “Sempre recebemos picado, recebemos notas retroativas, o que me deixou numa situação financeira caótica. Quem tinha que estar aqui, hoje, dando explicações, era o prefeito. Cadê o Bolinha?”, cobrou a empresária.
Ela argumentou que nunca teve divergência com o governo anterior. “O prefeito da época visitava o campo de obra no mínimo duas vezes por semana. Era centrado e havia diálogo. Mas quero registrar o descaso do prefeito Bolinha. Notifiquei, em várias tentativas, a Prefeitura, pedindo justamente regularização de várias questões, durante a execução do projeto, mas sempre fomos ignorados. Peço que a comunidade vá lá visitar e ver a construção. É uma escola muito bonita e falta pouquíssima coisa para ela ser concluída. E aquela obra está apta a começar a funcionar”, garantiu.
Roselaine reafirmou que a escola não oferece riscos e que aguarda a decisão da justiça sobre o caso. Enquanto isso, os alunos da Escola Luiz Francisco Alves continuam na antiga estrutura, e a Prefeitura segue pagando aluguel para a utilização daquele espaço, com recursos públicos.