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Duo Strangloscope, de Florianópolis, é referência em cinema experimental

Cinema experimental é a própria história do cinema. Lá no final do século 19, o que os Irmãos Lumière projetaram no Salão Grand Café, em Paris, foi nada menos que um experimento cinematográfico. Da descoberta do frame, do estudo das películas, do cinema mudo ao som e aos efeitos especiais, tudo foi e continua sendo experiência. Hoje, porém, o termo virou alcunha para filmes cuja estética é oposta ao estilo do cinema comercial. O Duo Strangloscope, de Florianópolis, é conhecido como vanguarda nessa arte no país.

 

— O experimental não tem a preocupação de contar uma história, não é linear, com começo, meio e fim. Tem um distanciamento da literatura e do conto — explicaCláudia Cárdenas, PhD em literatura e que forma o Duo com Rafael Schlichting.

Eles trabalham juntos há 14 anos. Produziram filmes e documentários, entre eles o recomendado Cruz e Sousa – A Volta de um Desterrado (2007), sobre o dia em que os restos mortais do poeta simbolista foram levados de volta a Florianópolis.

— Mas chegou um momento em que o desinteresse por contar histórias foi aumentando e o trabalho foi ficando cada vez mais artístico. Não temos a preocupação em dizer alguma coisa. Existe uma expressão de espírito — diz Cláudia.

No Brasil há pouquíssima produção de cinema experimental se comparado ao mercado europeu ou mesmo o norte-americano, dominado pela indústria de Hollywood. Por isso, o Duo Strangloscope mostra a maior parte de suas produções no exterior. E tudo sem nenhum recurso.

Time Gap (2014), por exemplo, já foi exibido em festivais mundo afora. Foi realizado em Detroit, berço da indústria automobilística e ícone do capitalismo americano – hoje em decadência. Aborda o nascimento da imagem e utiliza as mídias analógica e digital.

 

— Tem pouco no Brasil porque o que se ensina é comercial. Tudo é para vender. Tudo é a mesma coisa. Imagens publicitárias. E parece que existe uma necessidade de se reproduzir o modelo da TV, numa linha de consumo imediato — critica a cineasta.

MOSTRAS INTERNACIONAIS PARA APROXIMAR PLATEIA

Embora seja a raiz do cinema, o experimental é hoje muito mais próximo das artes visuais. Para quem trabalha com essa linguagem, só a experiência de fazer já é a força motriz, sem necessariamente o compromisso com a absorção da plateia.

— Mas nos demos conta que estamos sento mal interpretados onde a gente vive. Aqui acham que você é um oportunista — diz Cláudia.

O Duo vem tentando aproximar a plateia do cinema experimental e de outras artes performáticas por meio da Mostra Internacional de Áudio, Vídeo, Filme e Performance Experimental Strangloscope. É um festival que ocorre duas ou três vezes por ano e mostra o cenário dessa arte em todo mundo. A nona edição está marcada para outubro deste ano.

A propósito, o nome do duo é inspirado num ensaio do cineasta catarinense Rogério Sganzerla (1946 – 2004) chamado Strangloscope – strange angle scope.

— É uma aliteração. E é legal não saber pronunciar, porque acaba acontecendo.

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