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ENTRETENIMENTO

E quem não pode lavar as mãos?

Luiz Augusto Pereira de Almeida*

O novo coronavírus, além de provocar uma das mais graves crises enfrentadas pela humanidade em todos os tempos, está escancarando sérios problemas decorrentes da negligência de várias nações no tocante a prioridades ligadas à saúde e à qualidade da vida. O déficit verificado em indicadores referenciais de bem-estar está dificultando muito o combate à pandemia.

Exemplo contundente desses problemas encontra-se no Portal da ONU, em conteúdo relativo a estudo do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). Os dados são estarrecedores: 40% da população mundial, ou cerca de três bilhões de pessoas, não têm lavatório com água e sabão em casa. Nos países menos desenvolvidos, o problema afeta três quartos dos habitantes.

Além disso, 47% das escolas carecem de banheiro com água e sabão, afetando 900 milhões de crianças em idade escolar em todo o mundo, metade das existentes nas nações menos desenvolvidas. E, pasmem, o problema também ocorre em 16% dos estabelecimentos de saúde, ou cerca de um em cada seis, que não têm sanitários funcionais nos pontos de atendimento onde os pacientes são tratados. Ou seja, são bilhões de pessoas no Planeta alijadas do direito banal de lavar as mãos, medida mais eficaz para se evitar o contágio da Covid-19.

No Brasil, segundo o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), 83,5% da população, na média de todo o País, são servidos por rede de água, mas somente 52,4% contam com esgoto coletado, do qual apenas 46% são tratados. Os dados são atualíssimos, de fevereiro último. É preciso considerar, ainda, que, estatísticas à parte, há bolsões, tanto regionais, como nos próprios ambientes urbanos, nos quais o déficit de saneamento básico é bastante acentuado, muito acima da média nacional.

É o caso, por exemplo, de vários municípios do Norte e do Nordeste e das numerosas favelas urbanas existentes nas grandes cidades brasileiras. Conforme observa o próprio Unicef, “as pessoas que vivem nestes locais – a pior forma de assentamento informal – estão particularmente em risco. Como resultado, lavar as mãos torna-se ainda mais importante”.
Diante de tais dados, fica muito claro que o enfrentamento de crises globais ou locais, como a Covid-19, além da prioridade na solução imediata, a cargo da ciência e das políticas públicas de saúde, implica aprendizado para se evitar a perenidade dos problemas limitadores da qualidade da vida. Assim, para o Brasil e nações que ainda apresentam déficit de saneamento básico, transportes, moradias dignas, mobilidade urbana, serviços médico-hospitalares e educação de excelência, indicadores essenciais do desenvolvimento, é decisiva uma reação no sentido de reverter esse quadro.

A população mundial, segundo a ONU, deverá crescer em dois bilhões de pessoas nos próximos 30 anos, passando dos atuais 7,7 bilhões para 9,7 bilhões em 2050. Mais de sete bilhões estarão vivendo em áreas urbanas. Portanto, é preciso considerar que a crescente concentração demográfica nas cidades exigirá adequado planejamento para se fazer frente às demandas atuais e às que virão. Caso contrário, os problemas agora apontados pelo Unicef, bem como os de infraestrutura em geral, seguirão gerando ocupações irregulares e informais, agravarão as desigualdades, disseminarão violência e serão cada vez mais caldos de cultura de enfermidades.

Governos de todo o mundo não podem lavar as mãos diante de tão graves problemas. Afinal é decisivo que todos os habitantes do Planeta possam, literalmente, lavar as mãos como um gesto de preservação da vida!

*Luiz Augusto Pereira de Almeida é diretor da Sobloco Construtora e membro do Conselho Consultivo do SECOVI.

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