Mais sete pessoas denunciadas na segunda fase da Operação Regalia foram presas. A investigação apura possíveis irregularidades dentro do presídio de Blumenau, no Vale do Itajaí. Essas sete prisões foram feitas nos últimos dias, incluindo a de um ex-detento preso na segunda-feira (19).
A Justiça decretou a prisão preventiva de 40 pessoas na segunda fase da operação. Em 5 de dezembro, 29 foram presas. Nesses últimos dias, a polícia conseguiu prender mais sete dos 11 foragidos. Dos que ainda não foram encontrados, três são ex-detentos e um é agente prisional.
Na manhã desta segunda, um ex-detento, que também tinha mandado de prisão em aberto, se apresentou no Fórum de Blumenau acompanhado do advogado em busca de uma delação premiada.
Até agora, cinco presos manifestaram interesse em colaborar com o Ministério Público, assinaram termo de confidencialidade. O conteúdo das delações é mantido em segredo. O MP espera que ainda esta semana a Justiça homologue pelo menos três dessas delações.
Denúncia
A corrupção no Presídio Regional de Blumenau foi denunciada em março de 2015, quando 13 agentes prisionais foram presos mas, segundo as investigações, os crimes dentro do presídio continuaram.
“Alguns detentos, ao serem inquiridos, após a primeira fase,- quando o inquérito retornou pra Deic, eles disseram: “olha delegado, o que modificou foi o valor da propina”, explicou o delegado Adriano Bini.
Na lista de denunciados estão 11 agentes prisionais que já haviam sido presos em 2015 e há ainda ex-detentos e advogados. Segundo o MP, era um consórcio de regalias, de todas as formas.
Crimes
Os agentes negociavam a venda de vagas para que detentos de outras prisões fossem transferidos para Blumenau. Estes agentes também desviavam alimentos comprados pelo estado. Conforme o MP, uma advogada intermediava a confecção de carteirinhas de visitas para prostitutas atenderem presos dentro do próprio presídio.
O inquérito policial tem 31 volumes e, entre os atos denunciados pelo MP, estão os crimes de organização criminosa, corrupção ativa e passiva, peculato, tráfico de drogas e associação para o tráfico.
“Se, ao final, for comprovado aqueles fatos e aquelas pessoas forem condenadas, há pessoas que seguramente terão penas próximas a 20 anos”, explicou o promotor de justiça Flávio Duarte de Souza.