Palocci delata propina paga pela RBS por perdão de multa com Receita
Segundo Palocci, teriam sido pagas propinas a conselheiros do CARF para cancelar uma multa da RBS de R$ 500 milhões com a Receita Federal.
Em delação premiada, o ex-ministro de governos petistas Antonio Palocci afirmou que atuou para que o Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais) beneficiasse a RBS, afiliada da Rede Globo no Rio Grande do Sul.
Segundo Palocci, teriam sido pagas propinas a conselheiros do CARF para cancelar uma multa da RBS de R$ 500 milhões com a Receita Federal.
A multa foi aplicada porque a Receita considerou que uma fusão da RBS com a Telefônica, em 1999, tinha apenas a intenção de sonegar impostos. A fusão teria sido feita para a criação de um provedor de internet. A sociedade teria durado apenas dois meses.
A delação premiada de Palocci narra ainda que 12 anos depois, em 2011, o então ministro teria recebido em seu gabinete o presidente da RBS na época, Nelson Sirotsky, e vice-presidente de relações institucionais do grupo Globo, Paulo Tonet Camargo. Na reunião, eles teriam explicado que a multa tinha chegado ao Carf e que precisariam vencer, a qualquer custo, a questão junto ao Conselho.
Procurado, o ministro Palocci afirmou que poderia ajudar Sirotsky e Camargo, mas ele mesmo sugeriu aos dois dirigentes que procurassem conselheiros do Carf para fazer um “acerto” entre RBS e os membros do órgão. A delação de Palocci relata que, a partir daí, Sirotsky e Camargo teriam se comprometido a pagar propinas aos conselheiros.
Em outra frente, Palocci teria procurado o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, para dar a ordem de que a multa deveria ser resolvida de qualquer jeito porque era uma ordem presidencial. A contrapartida era o apoio dos veículos do grupo RBS à Dilma Rousseff.
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