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ENTRETENIMENTO

Romeu Silveira é o artista vencedor do Prêmio AF de Arte Contemporânea 2019

Romeu Silveira, de Itajaí, é o artista vencedor da edição 2019 do Prêmio AF de Arte Contemporânea, uma das premiações mais importantes do circuito de artes de SC

Fotógrafo, escritor e “apropriador”, Romeu Silveira é o artista vencedor do Prêmio AF de Arte Contemporânea 2019, uma das premiações mais importantes do Estado. O anúncio foi feito na última quinta (10), na abertura da exposição oficial com os três finalistas da sexta edição do prêmio — Anna Moraes, Cyntia Werner e Romeu Silveira — na Fundação Cultural Badesc, na Capital. Silveira fará uma residência artística de três meses na Cité Internationale des Arts, em Paris.

Com interesse na intersecção entre fotografia e apropriação, literatura, artes visuais e publicações de artista, o artista de 30 anos tem focado suas pesquisas em escrita criativa/não-criativa e poesia visual. Nesta entrevista, ele fala sobre a trajetória de designer gráfico a artista visual e as muitas possibilidades imagéticas e em poesia visual – do meme a uma conversa de WhasApp.

A exposição segue aberta ao público até 14 de novembro na Fundação Cultural Badesc. Com trajetórias consistentes e produções conectadas às discussões da atualidade, os três finalistas apresentam mostras paralelas em todo o espaço expositivo Fernando Beck. Cada com criações em diferentes mídias: desenho, fotografia e múltiplos suportes.  A seleção foi feita pelo júri formado por Rosângela Cherem, professora e pesquisadora em história da arte, curadora, doutora em história e literatura; Ylmar Corrêa Neto, curador e colecionador de artes; e Diego Groisman, historiador da arte, mestrando em artes visuais e gestor de espaço de artes no Rio Grande do Sul.

ENTREVISTA

Qual o seu objeto de interesse em artes?

Meu objeto de interesse em artes tem como ponto de partida a apropriação de imagens e em como eu posso devolver essas imagens para o mundo de maneira ressignificada. Esse interesse, de forma inconsciente, vem desde a infância, quando comecei a fazer minhas primeiras colagens e me acompanha até hoje, só que agora de maneira mais abrangente, como se tudo estivesse à disposição e pudesse ser usado, retrabalhado e devolvido.

Tua formação é em comunicação social e você já tem uma trajetória com a fotografia. Quando começou a pensar teu trabalho como arte?

Eu comecei a encarar meu trabalho como arte em 2016, ano em que comecei a participar de reuniões e encontros de artistas na minha cidade. Esses encontros tiveram um impacto muito forte na minha produção, me ajudaram a organizar a minha prática, entender meu trabalho, repensar vários pontos e também como funciona o mercado de arte, porque até então eu era apenas um designer gráfico que fazia colagens, que fazia revistas. Hoje eu sou um artista visual que também é designer gráfico. As minhas investigações fotográficas começaram um ano antes, em 2015.

O que é poesia visual pra você?

Eu penso que uma composição fotográfica pode ser poesia visual, assim como um trocadilho, um fragmento de uma conversa de Whatsapp, uma frase numa camiseta ou um meme de internet. É muito mais livre e abrangente que a definição e os exemplos clássicos do termo. Eu fiquei fascinado pela poesia visual porque é um território onde eu posso usar o design gráfico como prática artística de maneira completa.

Como é pra você a pesquisa versus a livre expressão e de que forma esses dois lados se cruzam na sua produção?

Minha pesquisa e a livre expressão caminham juntas sempre, de mãos dadas. Meu processo é muito caótico, mas se desenvolve em torno de dois eixos: apropriação & colagem, fotografia & literatura. Por exemplo, ao mesmo tempo que estou pesquisando e roubando imagens de sites, também estou pensando em como fotografar novas imagens para meu arquivo autoral. Cruzamentos como esse acontecem diariamente, e isso talvez explique porque tenho tantos projetos ainda incompletos, em stand by. Tudo acontece de maneira orgânica, e um projeto pode influenciar o outro, um eixo pode colaborar com o outro. Ao mesmo tempo que é um processo criativo, também encaro a minha prática como um processo de autoconhecimento.

De que forma você acha que ser um das finalistas do Prêmio será importante para a sua trajetória?

Como eu ainda não sou um artista conhecido dentro do circuito de artes de Santa Catarina, estar entre os finalistas é uma oportunidade valiosa de chamar atenção para a minha produção, de atrair os olhares dos curadores, de criar conexões, escutar reflexões e questionamentos sobre o meu trabalho. Essa missão que o prêmio tem de revelar novos talentos, de colocar luz em artistas que ainda estão em início de carreira ou fora do circuito, é muito importante, porque aquece o mercado e promove a produção artística dentro do estado. A minha indicação também tem um valor simbólico muito grande para os novos artistas da minha cidade, é uma inspiração a mais para que eles desenvolvam suas práticas e trajetórias.

O que você acha da produção contemporânea em arte em SC / Brasil e de que forma o seu trabalho se insere nesse contexto?

Temos uma produção contemporânea muito forte e muito rica aqui no Estado, que engloba diversos segmentos artísticos, mas talvez por ser um estado muito grande, essa produção acaba passando despercebida, ficando limitada apenas a um público restrito. Por outro lado, é muito interessante notar artistas/editores/coletivos que levam seus trabalhos para feiras e eventos em outras cidades pelo Brasil, criando assim um intercâmbio entre regiões. Como sou frequentador de algumas dessas feiras, pude ver ao vivo como essa troca é inspiradora. O meu trabalho se insere no contexto de um artista que ainda está em busca do seu lugar, e eu encaro isso como algo positivo, porque me coloca numa posição não confortável, que me obriga a sempre repensar meu trabalho, minha produção e meus próximos passos.

O Prêmio Aliança Francesa de Arte Contemporânea 2019 é viabilizado por meio da Lei de Incentivo à Cultura. Patrocínio da ENGIE. Apoio do Consulado da França em São Paulo, do Institut Français, do Institut Français do Brasil e da Fundação Cultural Badesc. A coordenação é Marte Inovação Cultural. Realização da Aliança Francesa de Florianópolis, Secretaria Especial da Cultura, Ministério da Cidadania e Governo Federal.

Agende-se

 

O quê: exposição Prêmio AF de Arte Contemporânea 2019, com Anna Moraes, Cyntia Werner e Romeu Silveira

Quando: visitação até 14 de novembro, de terça a sábado, das 12 às 19h

Onde: Fundação Cultural Badesc (R. Visc. de Ouro Preto, 216, Centro, Florianópolis. Fone: 3224-8846)

Quanto:  gratuito

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