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32ª Bienal de São Paulo tem mostra itinerante em Itajaí

32ª Bienal de São Paulo tem mostra itinerante em Itajaí

De 6 de outubro a 3 de dezembro, o Sesc em Itajaí, Santa Catarina, irá apresentar a mostra 32ª Bienal de São Paulo – Itinerâncias. Fruto da parceria institucional entre a Fundação Bienal de São Paulo e o Sesc, a exposição foi especialmente elaborada para a cidade, sob curadoria geral de Jochen Volz, responsável pela última edição da Bienal, em 2016.

Oito artistas e coletivos apresentam obras na exposição: Bárbara Wagner, Ebony G. Patterson, Gilvan Samico, Jonathas de Andrade, José Bento, OPAVIVARÁ!, Rosa Barba e Wilma Martins. A entrada é gratuita.

Intitulada INCERTEZA VIVA [Live Uncertainty], a 32ª Bienal teve como eixo central a noção de incerteza a fim de refletir sobre atuais condições da vida em tempos de mudança contínua e sobre as estratégias oferecidas pela arte contemporânea para acolher ou habitar incertezas. A exposição se propôs a traçar pensamentos cosmológicos, inteligência ambiental e coletiva assim como ecologias naturais e sistêmicas. Com público de 900 mil visitantes entre setembro e dezembro de 2016, foi concebida em torno de 81 artistas e coletivos sob curadoria de Jochen Volz e dos cocuradores Gabi Ngcobo (África do Sul), Júlia Rebouças (Brasil), Lars Bang Larsen (Dinamarca) e Sofía Olascoaga (México).

Em 2017, o programa de mostras itinerantes da 32ª Bienal de São Paulo circula com seleções de obras da 32ª Bienal por 11 cidades no Brasil e duas no exterior: Campinas/SP, Belo Horizonte/MG, São José dos Campos/SP, Cuiabá/MT, São José do Rio Preto/SP, Ribeirão Preto/SP, Garanhuns/PE, Palmas/TO, Santos/SP, Itajaí/SC, Fortaleza/CE, Bogotá/Colômbia e Porto/Portugal.

Programação Paralela

Para acompanhar e complementar os debates propostos na exposição presente em Itajaí, um programa de filmes, conversas abertas e ativações de obra com a participação dos artistas da 32ª Bienal estará na grade de atividades do Sesc em Itajaí entre os meses de outubro e novembro.

Conversas abertas e Ativações de obra

Transnômades (2016), de OPAVIVARÁ!
6 de outubro, 13h • Rua Hercílio Luz, s/n (em frente à Casa da Cultura Dide Brandão)
24 de novembro, 19h • Teatro Sesc Itajaí (Rua Almirante Tamandaré, 259, 3º andar)
25 de novembro, 10h • Praça Genésio Miranda Lins

Para ativar a obra Transnômades, um conjunto de dispositivos móveis de interação pública, que circula pelos ambientes, buscando um diálogo com as formas de expressão do comércio ambulante e dos carregadores, o coletivo OPAVIVARÁ! promove dois encontros e uma conversa com o público de Itajaí.

Conversa aberta com Jonathas de Andrade
1 de novembro, 19h • Teatro Sesc Itajaí (Rua Almirante Tamandaré, 259, 3º andar)

O artista Jonathas de Andrade, criador do filme O Peixe, um dos destaques da 32ª Bienal, conversa com o público de Itajaí sobre seu repertório e a criação da obra em cartaz na exposição.

Programa de filmes:

17 de outubro a 21 de novembro • Todas as terças-feiras
Teatro Sesc Itajaí (Rua Almirante Tamandaré, 259, 3º andar)

Uma seleção de filmes comissionados para a 32ª Bienal terá exibição às terças feiras no Teatro do Sesc em Itajaí. Após as exibições, serão realizadas conversas abertas entre o público e convidados especiais. A mediação será conduzida por Cláudia Cárdenas, roteirista, cineasta, pesquisadora, professora e integrante do duo Srangloscope, que trabalha linguagens não narrativas em seus vídeos e filmes.

Ma’arad Trablous [A exposição de Trípoli] (2016), de Alia Farid
17 de outubro, 19h

Alia Farid trabalha num campo híbrido entre arte e arquitetura, estimulando o pensamento crítico frente aos espaços urbanos. Seus projetos e reflexões se manifestam na forma de intervenções, vídeos e instalações. Para a 32ª Bienal, a artista desenvolveu um vídeo nas construções da Feira Internacional Rashid Karami em Trípoli, Líbano (1963). Este complexo arquitetônico foi desenhado pelo arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer (1907-2012), assim como alguns prédios do Parque Ibirapuera em São Paulo (1953) construídos para o IV Centenário da cidade.

Convidado: Gilberto Sarkis Yunes
Professor adjunto no Curso de Arquitetura e Urbanismo da UFSC. Em 2010, realizou pós-doutorado junto à Università degli Studi di Napoli Federico II, na Itália, como professor convidado do Programa Erasmus Mundus / MaCLands, Master em Paisagens Culturais. Tem atuação nas áreas de arquitetura, urbanismo e design, com ênfase em história e preservação do patrimônio cultural.

Running Out of History [Esgotando-se de história] (2016), de Michal Helfman
24 de outubro, 19h 

Michal Helfman trabalha com escultura, desenho, instalação, performance, dança e filme. Para a 32ª Bienal, a artista apresenta a videoinstalaçãoRunning Out of History [Esgotando-se de história] (2016), um filme ficcional baseado em dois diálogos reais com uma narrativa sobre justiça, construção histórica, arte, política e práticas ativistas. Essas conversas acontecem em torno de questões acerca do contrabando e a partir das semelhanças e diferenças entre ativistas e artistas, como figuras que podem inspirar e influenciar a realidade.

Convidado: Coletivo ETC
O grupo inquieta-se por provocar gradativos ruídos na frequência contínua que visa domesticar o despolitizar a relação entre corpo e cidade, na busca de questionar e contaminar a sociedade do espetáculo. O trânsito configura a sua manifestação enquanto coletivo: energético, catártico e efêmero.

Bombom’s Dream [Sonho de Bombom] (2016), de Cecília Bengolea e Jeremy Deller
31 de outubro, 19h

A coreógrafa, dançarina e performer Cecília Bengolea trabalha pela segunda vez em parceria com o artista Jeremy Deller neste projeto que se utiliza de diferentes linguagens e que partem de fenômenos da cultura popular contemporânea, sobretudo da música e da dança, para pensar de modo crítico suas relações com a economia, condições de trabalho e sistemas políticos. Num complexo emaranhado de influências tradicionais e modernas e alinhados a contextos culturais e políticos específicos, Bengolea e Deller trazem à vista movimentos identitários de resistência e afirmação de gênero, sexualidade e comportamento.

Convidado: Anderson do Carmo
Bailarino do Grupo Cena 11 Cia de Dança, pesquisador das artes e crítico baseado em Florianópolis. É graduado na Licenciatura e Bacharelado em Teatro no CEART-UDESC e mestrando em Linguagens Cênicas, Corpo e Subjetividade do PPGT-UDESC. Visita teoricamente a obra de artistas da dança contemporânea e coordena projetos de produção crítica em contextos de investigação e performance.

Heaven [Céu] (2016), de Luiz Roque
7 de novembro, 19h

Enquanto o conservadorismo cresce e acirra preconceitos de raça, classe e gênero, o futuro se fortalece como lugar recorrente na obra de Luiz Roque. Na 32ª Bienal, o artista apresenta Heaven [Céu] (2016), que se passa na segunda metade do século 21, quando a notícia de uma epidemia de origem desconhecida faz os órgãos de saúde levantarem a hipótese de transmissão de um vírus pela saliva de transexuais. A escolha precoce dos suspeitos repete a retórica preconceituosa e acusatória das campanhas contra a Aids na década de 1980.

Convidada: Lirous K’yo Fonseca de Ávila
Coordenadora Geral da ADEH – Associação em Defesa dos Direitos Humanos – com enfoque na sexualidade, graduada em Serviço Social na UFSC (2016), com a dissertação “Ousadia, (in)visibilidades e exclusões de uma mulher trans na Universidade”. Foi membro da Comissão Permanente de Acompanhamento das Políticas de Igualdade de Gênero (UFSC), do Conselho Municipal da Juventude e  Conselheira Estadual de Assistência Social (CEAS), em Florianópolis / SC.

Joking Relationship [A história do humor] (2016), de Gabriel Abrantes
14 de novembro, 19h 

Comissionado pela 32ª Bienal, o filme foi rodado no Mato Grosso (Canarana e aldeias Yawalapiti e Kamayura dentro do Parque Indígena do Xingu) e em São Paulo. O filme usa do humor e da irreverência para tratar do deslocamento de povos indígenas e da ameaça ecológica de usinas hidroelétricas, incorporando assuntos de antropologia, tecnologia e política à sua narrativa ficcional. A história conta a jornada de uma indígena comediante que se une a um robô e conquista a fama na indústria cultural de massa brasileira. O filme, de natureza insólita, coloca em questão os hábitos humorísticos de diversos grupos indígenas em contraste com o progresso e a inteligência artificial.

Convidada: Cinthia Creatini
Doutora e Mestre em Antropologia Social, etnóloga, possui experiência na coordenação de Grupos Técnicos para identificação e delimitação de terras indígenas e quilombolas, e também na coordenação de Estudos de Componentes Indígenas. Membro da Comissão para Igualdade Racial da OAB/SC, é pesquisadora do Núcleo de Estudos e Desenvolvimentos em Conhecimento e Consciência e participa do A-Funda, Núcleo de Antropologia Fundamental do Departamento de Antropologia, ambos da UFSC.

Gozolândia e outros Futuros (2016), de Priscila Fernandes
21 de novembro, 19h

Na 32ª Bienal, Priscila Fernandes apresenta um filme, parte da instalaçãoGOZOLÂNDIA E OUTROS FUTUROS (2016), comissionada para a mostra. Realizado inteiramente no Parque Ibirapuera, faz referência ao país da Cocanha, mito medieval sobre a existência de um lugar onde há comida abundante, clima ameno e onde o trabalho é desnecessário. O filme articula relações entre a estética abstrata e o binômio trabalho/ócio, atualizando essa discussão ao contexto de hoje.

Convidado: Paulo Emílio Cabral
Psicanalista, graduado em Psicologia pela USP e Mestre em Psicologia do Programa em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano (2015). Escreveu a tese “Ensaio sobre a Preguiça”. Participa do Laboratório de Psicanálise e Análise do Discurso (LAPSI) e do Laboratório de Pesquisa e Intervenções Psicanalíticas (psiA).

Artistas e obras

BÁRBARA WAGNER  
1980, BRASÍLIA, BRASIL. VIVE EM RECIFE, PERNAMBUCO, BRASIL
O brega é música, dança, cena cultural e economia criativa na periferia do Recife. Em duas linhagens, funk e romântico, constitui uma cadeia de MCs, DJs, bailarinos, produtores, empresários e público. Seus hits – eróticos, irônicos, lamuriosos e, em alguns casos, ainda machistas – extrapolam os limites socioeconômicos dos bairros e participam da paisagem sonora de uma cidade convulsiva em suas diferenças. A artista Bárbara Wagner, em parceria com Benjamin de Burca, desconstrói esse fenômeno no filme Estás vendo coisas (2016) e o analisa tornando visíveis as singularidades, as errâncias e também algumas relações entre seus agentes. A boate Planeta Show abrigou o experimento de um retrato coletivo e filmado, que, nessa condição, desafia o caráter preciso da fotografia. O resultado não deixa de ser documental, mas é parcialmente ofuscado pela luz artificial de estúdio, camarim, palco e tela, com personagens que encenam a si mesmos.

EBONY G. PATTERSON 
1981, KINGSTON, JAMAICA. VIVE EM KINGSTON E LEXINGTON, KENTUCKY, EUA
Ebony G. Patterson parte de referências da pintura para compor cenas e retratos que se relacionam com a cultura popular e o forte contexto de violência caraterístico de diversas comunidades em Kingston, Jamaica. Transitando por técnicas variadas, a artista tem a fotografia como primeira etapa na elaboração de suas composições. Transforma as imagens em tapetes que, por meio de colagens, recebem camadas de tecidos e ornamentos. Os painéis de grande dimensão que daí derivam exploram o excesso de material, brilho e cor como forma de lançar luz sobre a necessidade de distinção por meio de bens de consumo e opulência, comportamento intimamente ligado a procedimentos de opressão social. A despeito da superfície colorida, as cenas retratam, de modo quase mimético, corpos estendidos no chão, assim como momentos casuais de convivência na rua. O conjunto de painéis apresentado na 32ª Bienal é uma tentativa de traçar paralelos entre os contextos socioculturais do Brasil e da Jamaica. Reagindo aos altos índices de assassinato de crianças e jovens negros nos dois países, Patterson retrata uma infância que é potência de criação e transformação, e que, ao mesmo tempo, padece diante de sistemas excludentes e violentos.

GILVAN SAMICO 
1928, RECIFE, PERNAMBUCO, BRASIL – 2013, RECIFE
Gilvan Samico apresenta em suas gravuras mitos e cosmologias repletos de simbologias. Suas composições têm a simetria e a verticalidade como valores que organizam narrativas sobre a natureza – sendo homens e mulheres parte desse ambiente – e instâncias sagradas que se relacionam com a vida terrena. Iniciou sua prática artística como autodidata no Recife, mas depois estudou sob tutela de Lívio Abramo e Oswaldo Goeldi. A impressão de suas gravuras era feita de forma minuciosa e manual. A produção de cada peça presente na 32ª Bienal levou um ano de trabalho do artista, entre 1975 e 2013. Influenciado pela arte popular nordestina, Samico tem como referência a literatura de cordel e o Movimento Armorial, sendo o encontro com o escritor Ariano Suassuna um importante ponto de inflexão em sua trajetória. Partindo de narrativas locais, Samico traça uma história visual que engloba cosmologias sobre a formação do mundo e o estudo de livros como a trilogia Memoria del Fuego, do escritor uruguaio Eduardo Galeano, publicada entre 1982 e 1986. Assim, os títulos das obras funcionam como chaves de leitura que, junto às imagens, revelam camadas que pertencem e povoam o imaginário de tantas culturas.

JONATHAS DE ANDRADE
1982, MACEIÓ, ALAGOAS, BRASIL. VIVE EM RECIFE, PERNAMBUCO, BRASIL
Jonathas de Andrade trabalha com suportes variados, como instalação, fotografia e filme, em processos de pesquisa que têm profundo caráter colaborativo. Sua obra discute a falência de utopias, ideais e projetos de mundo, sobretudo no contexto latino-americano, especulando sobre sua modernidade tardia. Em seu trabalho, afetos que oscilam entre a nostalgia, o erotismo e a crítica histórica e política são agenciados para abordar temas como o universo do trabalho e do trabalhador, e a identidade do sujeito contemporâneo, quase sempre representado pelo corpo masculino. O filme O peixe (2016), apresentado pela primeira vez na 32ª Bienal, acompanha pescadores pelas marés e pelos manguezais de Alagoas, que utilizam técnicas tradicionais de pesca, como rede e arpão, na espera pelo tempo necessário para capturar a presa. Cada pescador encena uma espécie de ritual: eles retêm os peixes entre seus braços até o momento da morte, uma espécie de abraço entre predador e presa, entre vida e morte, entre o trabalhador e o fruto do trabalho, no qual o olhar – do pescador, do peixe, da câmera e do espectador – desempenha papel crucial. Situada num território híbrido entre documentário e ficção, a obra dialoga com a tradição etnográfica do audiovisual.

JOSÉ BENTO 
1962, SALVADOR, BAHIA, BRASIL. VIVE EM BELO HORIZONTE, MINAS GERAIS, BRASIL
Desde a década de 1980, José Bento dedica-se a experimentações escultóricas com madeira em diversas escalas, além da produção de vídeos, instalações e fotografias. A obra Do pó ao pó (2016) é composta de caixinhas de fósforos expostas sobre estruturas de bancas de camelô com pés retráteis. Os conjuntos são esculpidos em madeiras de biomas brasileiros, como braúna, cedro, pau-brasil, o que inclui cada palito de fósforo contido nas caixas. O título, ao evocar a presença do fogo, propõe refletir sobre a relação que há entre o tempo e a matéria que constitui inícios e fins.

OPAVIVARÁ! 
CRIADO EM 2005. BASEADO NO RIO DE JANEIRO, BRASIL OPAVIVARÁ!
É um coletivo artístico que faz uso de elementos do cotidiano para modificar a dinâmica dos espaços onde se insere. Eles intervêm em objetos e hábitos, alteram seu funcionamento e propõem outras engrenagens, cujo uso requer desaprender o que se pensava conhecido, de modo a reinserir o prazer e o afeto como valores políticos. A criação desses objetos ganha novo sentido quando são trazidos a público e habitados pelos participantes, deflagrando situações, encontros e vivências que visam gerar um curto-circuito nos valores e protocolos dos sistemas nos quais atuam, seja uma praça, seja um museu. Na 32ª Bienal, o coletivo apresenta o trabalho Transnômades (2016), um conjunto de dispositivos móveis de interação pública, que circula pelos ambientes, buscando um diálogo com as formas de expressão do comércio ambulante e dos carregadores. O OPAVIVARÁ! ressignifica os carrinhos movidos por tração humana e lhes confere usos ligados aos entretempos de trabalho dos próprios carregadores e carroceiros, transformando tais dispositivos em cama, cabana, biblioteca e carro de som. Trata-se de uma reflexão sobre a condição dos agentes nômades da cidade: sua situação vacilante entre lei e improviso, a gambiarra como prática de subsistência e seu estado permanente de migração.

ROSA BARBA 
1972, AGRIGENTO, ITÁLIA. VIVE EM BERLIM, ALEMANHA
O filme é o meio e a matéria-prima dos trabalhos de Rosa Barba. Com sua câmera, a artista persegue os vestígios deixados pela ação do homem na paisagem, e tenta entender como eles se relacionam com a realidade – como se inscrevem no inconsciente e como se manifestam coletivamente numa sociedade. O filme Disseminate and Hold [Disseminar e reter] (2016) estabelece um diálogo com os conteúdos e os sentidos imaginários impregnados na construção conhecida como Minhocão, o elevado de concreto de 3,5 quilômetros construído na cidade de São Paulo em 1970, durante a ditadura militar. As instalações e obras site-specific da artista conjugam imagem, som e texto. Ela cria espaços que representam um estado mental de suspensão, situações liminares em que política e poesia não se separam. Os mecanismos de projeção, incluindo a própria película em celulose, tornam-se esculturas performativas, atores de seus trabalhos.

WILMA MARTINS 
1934, BELO HORIZONTE, MINAS GERAIS, BRASIL. VIVE NO RIO DE JANEIRO, BRASIL
Wilma Martins relaciona-se com seu entorno por meio de desenhos, gravuras e pinturas. Na série Cotidiano (1975-1984), seu processo de trabalho consiste em vários estágios, nos quais desenhos e pinturas vêm de e voltam para seus cadernos, como revisitações – ora os desenhos são esboços de pinturas posteriores, ora são registros de uma composição que já nasceu na tela. Os espaços domésticos, aparentemente ordinários, são habitados por animais silvestres e cobertos por matas e rios que “esparramam-se” ou surgem por frestas do dia a dia, como uma pia repleta de louça e as dobras de um cobertor. Jogando com escalas e cores, a artista torna visível a coexistência de universos supostamente incompatíveis. Em sua obra, o que poderia estar à espreita no inconsciente emerge para atravessar inesperadamente a rotina e ocupá-la com uma atmosfera insólita. Morando no Rio de Janeiro desde a década de 1960, Martins contempla vistas a partir de sua casa, hábito que cultiva para criar as telas das paisagens.

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