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800 pessoas moram nas ruas de Florianópolis; 80% são usuárias de drogas

800 pessoas moram nas ruas de Florianópolis; 80% são usuárias de drogas

Já usei tudo que apareceu, comecei com 13 anos. Eu fui escravo crack, hoje uso cocaína e maconha praticamente todo dia, porque nessa experiência que eu estou de rua, a droga está aqui constantemente”, conta Kvera, morador de rua desde 2013. Assim como ele, cerca de 800 pessoas vivem em situação de rua em Florianópolis.

A reportagem do Jornal do Almoço de sábado (26) mostrou que desse total, 80% é usuário de droga, sendo o crack a droga mais consumida.

“A gente tem visto aumento visível da população em situação de rua, o aumento do consumo de drogas, principalmente no Centro da cidade”, diz Katherine Schreiner, secretária da Assistência Social de Florianópolis.

O psicólogo especialista em população de rua Gabriel Amado afirma que a droga, às vezes, “é a única fonte de prazer dessas pessoas. Então a melhor forma de abordar, é na ampliação desses prazeres, como a moradia, a alimentação, trabalho e renda.”

“Não é só neutralizar fome, frio. Isso é coisa que a maioria acha, mas é a sensação que a droga proporciona, é o prazer”, diz Kvera.

Auxílio do município

O promotor de Justiça Daniel Paladino diz que são poucas as pessoas que aceitam a ajuda do município.

“Eu não posso dizer o que é melhor pra vida da pessoa. Eu tenho que escutar quais os problemas dela, o que ela gosta, quais são os prazeres, para através desse plano individual, construir um plano, respeitando a singularidade da pessoa”, explica o psicólogo.

Parte dos serviços do Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro POP) deve ser transferida.

“O modelo que está sendo feito não estava adequado, não tem surtido o resultado necessário. Também não estava plenamente adequado com as normas federais relativas com assistência social. Se desvirtuou o que deveria ser o Centro Pop para prioritariamente oferecer alimentação e higiene e não mais as oficinas de encaminhamento para o mercado de emprego”, explica Katherine.

A ideia é que em dois meses vá para outro prédio, para funcionar como deveria: com capacitação profissional, encaminhamento para emprego, atendimento psicológico.

Centro de recuperação

Conforme o Jornal do Almoço, o município também oferece 60 vagas em comunidades terapêuticas, mas atualmente só seis estão internados.

“Eu fui adotado pelo tráfico. Consumia muito álcool, até desmaiar para poder dormir”, diz Lidiomar de Carvalho, marceneiro e interno do centro de recuperação de viciados.

Estatísticas apontam que 60% terminam o tratamento e 30% saem recuperados.

“O tratamento é eficiente, principalmente, quando a pessoa mostra vontade e permanece com essa vontade de se tratar”, diz Katherine.

Internação compulsória

Para o promotor Paladino, a internação compulsória, feita à força, de usuários de drogas deve ser restrita a casos muito específicos.

“Casos extremos, onde há um diagnóstico positivado por um laudo médico, onde haja um relatório da Assistência Social. É um trabalho difícil, complexo, porque pressupõe uma articulação entre vários órgãos, entidades”.

Questionado sobre o futuro, Kvera conta que “faz muito tempo que eu vivo só um dia por vez. Eu vivo um dia. Faço o que eu posso naquele dia. Eu quero escrever a minha biografia, porque cada dia acontece uma história. Ainda não tem título, vai ser a última coisa”.

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