Vejam como o governo Temer vai “plantando propostas” de reforma da Previdência politicamente inviáveis para fazer passar o que realmente lhe interessa: o corte dos direitos previdenciários no curto prazo.
Hoje, em O Globo, saiu esta pérola:
O governo de Michel Temer quer que a idade mínima para a futura geração se aposentar chegue aos 70 anos. A ideia, segundo uma fonte do governo que está participando das discussões, é estabelecer no projeto que será enviado ao Congresso duas faixas: a primeira, de 65 anos; e a segunda, de 70 anos, para ser aplicada só daqui a 20 anos.
Há praticamente consenso de que a reforma da Previdência em estudo deverá estabelecer 65 anos como idade mínima a partir da aprovação do texto, mas com uma regra de transição que não penalize tanto quem já está no mercado de trabalho e ainda menos quem está mais próximo da aposentadoria.
Onde é que existe este consenso?
Nem na base governista.
Mas vão se atirando cenários infernais para que o purgatório pareça um lugar agradável.
Isso vai ser um longo processo de manipulação, porque é bom recordar que há apenas oito meses o Congresso – como era “bom” o tempo das pautas-bombas! – aprovou a redução do tempo para o fator 85/95.
Temer não fará proposta alguma antes de consumada a usurpação de poder.
Mesmo depois disso, se o conseguir, terá imensa dificuldade em fazer isso, no ano que vem.
A ideia de fazer propostas de idade mínima de 70 anos para ser aplicada “daqui a 20 anos” (daqui a 20 anos no Brasil equivale a “dia de São Nunca”) é apenas mais uma das famosas histórias de “bode na sala”.
A lesão aos direitos dos aposentados, uma das “encomendas” do golpe mais caras a seus promotores é mercadoria que Temer dificilmente terá capacidade de entregar.
Tijolaço.com.br