Corregedoria vai abrir processo administrativo contra policial detido com sinais de embriaguez em Balneário Camboriú
A delegada corregedora-geral da Polícia Civil de Santa Catarina, Sandra Mara Pereira, afirmou que será aberto um procedimento administrativo contra o policial civil de 33 anos que foi detido na madrugada de quinta-feira (4) em Balneário Camboriú, dirigindo com sinais de embriaguez uma viatura da polícia. Ele foi liberado na delegacia.
“Mesmo que for inocentado criminalmente ele vai responder, no mínimo, por constrangimento à organização policial”, disse a corregedora-geral Sandra. A delegada ainda informou que não teve acesso a documentação do caso, mas que todas as informações serão repassadas a ela.
A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que o policial foi afastado.
Ainda segundo Sandra, o procedimento administrativo apura, principalmente, se houve uma transgressão disciplinar. A corregedora afirmou que, por recesso na instituição, as investigações devem começar a partir de segunda (8).
A solicitação de abertura do procedimento criminal deve ser realizada pelo delegado responsável por receber o flagrante. O delegado regional de Balneário Camboriú, David Queiroz de Souza, chegou a confirmar que houve a prisão e que ele foi solto na delegacia. Entretanto, disse não estar autorizado a comentar prisões de policiais.
Teste de alcoolemia
A assessoria da Polícia Civil informou que foi feito o exame clínico e o policial não estaria embriagado, por isso foi liberado. A assessoria do Instituto Geral de Perícias (IGP) confirmou que o teste deu negativo. Nenhum dos dois órgãos respondeu à reportagem quantas horas após o flagrante foi feito o exame de alcoolemia.
A SSP confirmou que o policial foi submetido ao exame apenas às 8h de quinta, quase cinco horas após a prisão. A SSP diz que o IGP admite a falha e por isso um médico do Instituto Geral de Perícias (IGP) deve responder a uma sindicância para dar explicações da demora, que pode ter interferido no resultado.
Boletim da Polícia Militar
Conforme dados do relatório de ocorrência da Polícia Militar, gerado às 3h22 da quinta-feira, a PM se aprovimou do veículo onde estava o policial civil em um semáforo da terceira avenida, em Balneário Camboriú.
O veículo estaria em alta velocidade e teria freado bruscamente ao lado da viatura. Ao abrir o semáforo, teria “cantado pneu” e a PM decidiu abordá-lo.
Duas pessoas estavam no veículo e só sairam após “repetidas solicitações da guarnição”. O policial se identificou e disse que não iria colocar a mão na cabeça e estava com sua arma no interior do veículo.
O motorista teria xingado os policias, conforme a PM, e afirmado que chamaria o delegado para o caso. Na sequência, entrou no carro e pegou uma pistola. Solicitado a mostrar a documentação, o policial civil teria apontado a arma aos policiais militares.
“Um dos policial segurou a mão que empunhava a arma e começou a conte-lo. O agente reagiu com força física, onde se fez necessário o auxílio das demais guarnições para conte-lo e retirar a sua arma. Foi necessário o uso de força física para conte-lo e algemá-lo”, diz o relato dos policiais militares.
A Polícia Militar afirma ter feito os procedimentos administrativos de trânsitos convencionais após a negativa do uso do bafômetro. “O masculino se mostrou muito alterado, com a fala arrastada e posterior percebido que estava exalando odor etílico”, consta no relato dos policiais militares.