A erradicação do cancro europeu nos pomares de maçã de Santa Catarina será tema de reunião da diretoria da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de SC (FAESC) com diretores e técnicos da CIDASC e da Associação dos Produtores de Maçã e Pera de SC (AMAP) nesta terça-feira (25), às 10 horas da manhã, na sede da entidade sindical, em Florianópolis.
O encontro será coordenado pelo presidente da Federação, José Zeferino Pedrozo.
Embora a produção de maçã represente uma cadeia produtiva bem sucedida no Brasil, o setor enfrenta a ameaça dessa nova doença, ainda sem cura e capaz de destruir pomares, de acordo com o vice-presidente da FAESC, Antônio Marcos Pagani de Souza.
Antes, o Brasil era livre das principais pragas que afetam macieiras, como traça-da-maçã e cyndia pomonella, o que era uma vantagem para a competitividade no mercado internacional. “Mas esse quadro pode mudar com o aumento da incidência do cancro europeu”, adverte o dirigente.
O cancro europeu é uma doença que está prejudicando pomares localizados no Sul do País. Atingiu também Santa Catarina, que responde por mais da metade da safra brasileira de maçã: foi registrada a infestação em mais de 121 propriedades rurais.
Em território catarinense, 3.017 produtores dedicam-se ao cultivo da maçã. Isso representa 41% da produção da fruticultura barriga-verde e 51% do valor bruto de produção (VBP) estadual do setor frutícola. O Estado participa com mais de 50% da produção brasileira e 48% da área em produção dessa cultura no Brasil. Dois terços dos produtores nacionais cultivam a fruta em Santa Catarina, o maior estado produtor da fruta, com 610.000 toneladas/ano.
O QUE É
O cancro europeu é uma doença fúngica, que causa uma lesão grande no ramo ou no tronco principal da árvore. Essa lesão causa um estrangulamento dos vasos da planta, assim não ocorre mais passagem de água. Dependendo de onde for, pode levar até à morte total da árvore. A doença também pode causar podridão nos frutos, percebida a partir de manchas escuras na base da maçã.
Na região que tem a lesão, é possível perceber um inchaço nas bordas e uma depressão bem grande no meio. Essas lesões se diferenciam por ter estruturas brancas e vermelhas, que são as fases sexuada e assexuada do fungo. Outras maneiras de identificar a doença são pela presença de esporos do fungo na fase de flor e, consequentemente, por frutos lesionados e podres.
A doença pode chegar a dizimar pomares, porque a doença progride muito rapidamente. Cerca de 10% das plantas do pomar morrem por ano. A produtividade fica muito reduzida quando há incidência de cancro europeu. Em pomares saudáveis, a média de produtividade é de 40 toneladas por hectare, mas nos locais em que há cancro europeu esse número cai gradativamente.
O cancro europeu não possui uma cura definitiva. Os fungicidas usados para combater a doença têm uma eficiência de cerca de 80%, mas não curam a planta totalmente. É preciso usar técnicas de manejo para evitar a dispersão do fungo. Os galhos infectados com cancro europeu retirados da árvore devem ser queimados ou enterrados.