O que você faria ao ver seu filho completando a maioridade, chegando aos 18 anos? A mãe de Leonardo Henrique Gomes, dona Jaqueline Lima Gomes, quis mostrar o milagre que é ele estar vivo, depois dos 67 dias internados logo após o nascimento. Ela e o filho corriam perigo de morte durante a gravidez. Com quadro de pré-eclâmpsia com síndrome de hellp (que torna o nível de enzimas hepáticas elevado e baixa a contagem de plaquetas), ela precisou se deslocar de Brusque, onde vive, para tentar a sorte em um hospital onde houvesse UTI Neonatal disponível.
Já no Hospital Marieta, foram realizados vários exames e a constatação da necessidade de uma cesariana. “Não havia muitas chances de o bebê vingar e eu ainda corria risco. Estava com apenas 28 semanas e o trabalho era para tentar salvar nossas vidas. Coloquei nas mãos de Deus e de Nossa Senhora e fui para a sala de cirurgia”, recorda a mãe.
O pai, Márcio Gomes, relembra dos momentos difíceis. “Quando o médico veio a primeira vez falar comigo, disse que as chances de ambos sobreviverem eram baixas. Mas depois das cinco horas de cirurgia, ele voltou sorrindo. Daí entendi que havia dado certo”. Foi uma sensação de alívio quando o pediatra avisou que a mãe estava bem e Leonardo havia nascido vivo, mesmo sabendo que haveria mais um período de luta pela sobrevivência nas semanas seguintes.
Reencontro com bolo e muita emoção
Depois do período de agonia, o menino virou homem saudável e, quase duas décadas depois, dona Jaqueline quis prestar uma homenagem à enfermeira Valéria Aparecida Cardoso, que até hoje leva seu conhecimento para bem cuidar dos bebezinhos que chegam ao mundo no maior hospital de Itajaí e região. Faz 25 anos que ela atua no Hospital Marieta. Vinte e três deles na UTI Neonatal.
A celebração pelos 18 anos de vida de Leonardo foi com reencontros e bolo em homenagem à vida. Nas lágrimas da enfermeira Valéria, o sentimento de recompensa, por ver hoje Leonardo já um jovem adulto e sadio. “Gratidão por ter vindo nos visitar, mostrar que o nosso trabalho é lutar pelas vidas e que essas vidas seguem adiante trazendo felicidade e amor às famílias”.
Quem também esteve no parto e agora no retorno em dia de alegria foi o médico pediatra e neonatologista que prestou atendimento. No abraço emocionado do Dr. Roque Foresti, a satisfação de ter visto Leonardo lutar pela vida e hoje estar tão bem quanto deveria.
Estas histórias que se cruzam depois de 18 anos, mostram a importância do trabalho desenvolvido pela equipe multidisciplinar que atua na maternidade do Hospital Marieta como uma corrente que atua pela vida. “Agradeço muito ao Hospital Marieta por ter tantos profissionais que cuidaram para que eu sobrevivesse. Foram tantos acontecimentos, poucas chances, mas hoje estou aqui para contar esta história”, finaliza o protagonista Leonardo.