Em uma sociedade em que a busca de padrões de beleza é constante, é difícil acompanhar as rápidas mudanças que surgem a todo momento. Por isso, as pessoas acabam utilizando diversos filtros como bengala para melhorar a autoestima e acompanhar essas tendências.
Entretanto, com o uso constante dos filtros a sensação de imperfeição se instala nas pessoas na mesma velocidade, levando-as a procurar por cirurgias plásticas irreais, se deixando levar por uma beleza de moda, de momento.
Esse ideal estético quase inalcançável pode dificultar a satisfação das pessoas que procuram essa mudança, porque muitas não entendem que a cirurgia plástica serve para, principalmente, realçar as características individuais delas. O otorrinolaringologista e cirurgião plástico, Márcio Freitas, ressalta que a busca pela beleza é válida. “Mudar algo que não gosta em si mesmo é ótimo para aumentar a autoestima, mas é preciso identificar e diferenciar a beleza real da irreal”, afirma o médico.
“Efeito zoom”, a busca pela cirurgia plástica após a pandemia
O especialista destaca que a pandemia acentuou muito o fenômeno de buscar imperfeições no próprio rosto, esse é chamado de “efeito zoom”.
Por conta do isolamento social e trabalhos home office, diversas pessoas participavam de reuniões de trabalho pelos meios virtuais, principalmente pelo computador. Com a câmera muito perto do rosto, ressaltando uma imagem que não condiz com o que estamos habituados a ver, a busca pelas imperfeições do rosto se tornou constante.
”Ao se convencer diariamente de que o nariz, as orelhas, ou o formato do rosto não era mais satisfatório para elas, essas pessoas começaram a procurar por cirurgias plásticas”, conta Freitas.
Existe uma relação entre individualidade e cirurgias plásticas
Entretanto, o médico ainda reforça que a cirurgia plástica serve para, principalmente, realçar as características naturais daquele que deseja fazê-la, sempre combinando com a personalidade e individualidade da pessoa.
Por exemplo, um nariz pequeno não combinaria com uma pessoa grande e esse compreendimento leva a adequação da cirurgia e satisfação das pessoas consigo mesma.
”Entender que essa individualidade deve ser preservada é o primeiro passo para o aumento da autoestima, a cirurgia plástica é só um meio de alcançar esse objetivo”, finaliza o médico.
Sobre Márcio Freitas
Márcio Freitas possui graduação na Faculdade de Ciências Médicas e residência de Otorrinolaringologia, ambas pela Santa Casa de São Paulo. É também membro da Academia Brasileira de Otorrino e Cirurgia Cervico-Facial e da Academia Brasileira de Cirurgia Plástica da Face