Fort Atacadista de Chapecó comemora a Páscoa com programação especial e valoriza diferentes formas de preservar a magia, os valores e a tradição
A magia e o encanto estão enraizados na vida da pequena Antônia Valdameri, de cinco anos, desde que decidiu unir o seu amor por plantas e a vontade de realizar os próprios sonhos. Aos quatro anos de idade propôs, para a mãe Raquel Canello (31 anos), a produção artesanal e a venda de flores, com o intuito de arrecadar dinheiro e viajar com a família. Essa brincadeira ganhou também o apoio do irmão, Marco Antônio Valdameri (9 anos). Juntos conectaram-se com a natureza e acreditaram no propósito.
Para a mãe, Raquel, é fundamental incentivar os filhos em projetos que contribuam para o desenvolvimento humano e social. Pensando nisso, acompanha e orienta as crianças para viabilizar a proposta até o momento que Antônia e Marco achem interessante e se divirtam executando.
“Trabalho com terapias alternativas e também sou pedagoga. Considero essencial propiciar experiências e acreditar no potencial das crianças. Da mesma forma, acho importante estimular meus filhos. Por meio da prática, desenvolvemos consciência ecológica, porque plantamos e reaproveitamos as garrafas de vidros para produzir os vasos, sempre com a ajuda do Diogo Weitz, que é amigo da família. Também trabalhamos questões psicomotoras e educação financeira e empreendedora, além de garantir mais qualidade de vida por meio desse contato com a natureza”, destacou Raquel.
A dedicação já rendeu bons frutos. A família viajou com o dinheiro das plantas e aproveitou a praia em Imbituba (SC). “Foi uma conquista! Uma brincadeira que fomentou um sonho. Além do prazer de compartilharmos esse momento juntos, a iniciativa das crianças inspirou também colegas da escola, que iniciaram a produção de outras atividades para ter essa experiência, e adultos que tinham receio de comercializar seus produtos. Quando essas pessoas encontraram as crianças na feira se divertindo para atingir uma meta, acreditaram no seu potencial e perceberam que poderiam administrar os negócios com mais leveza. Construímos muitas conexões”, relatou Raquel.
O encanto de acreditar na transformação por meio de ações lúdicas está presente também de outras formas na rotina da família, inclusive em datas comemorativas especiais. Um exemplo é a Páscoa, celebrada neste domingo (9). Marco e Antônia participaram da ação que marcou a chegada do Coelhinho, no Fort Atacadista de Chapecó, no último fim de semana. Além da pintura facial, os irmãos e outras crianças que visitaram o atacarejo interagiram no espaço reservado para desenhos, além de garantir diversas fotos com o Coelhinho.
“A Páscoa é magia e também um bom momento para ganhar chocolates”, brincou Marco Antônio. A união ainda é uma tradição para a família. Raquel, mãe de Marco e Antonia, afirmou que busca preservar o simbolismo da data. “A Páscoa tem uma forte alusão religiosa e também um encanto, mas que estão se perdendo. Na minha infância, brincávamos de caça aos ovos e as festas em família tinham uma força diferente. Porém, tento resgatar isso de alguma forma para que o dia seja inspirador para eles”.
Para João Vinicius, de 11 anos, que também participou das atividades, a Páscoa é oportuna para reforçar a conexão espiritual. “Comemoro a ressurreição de Jesus e aproveito a data para ficar mais próximo da minha família, porque é um momento de união. Também gosto do contato com o coelhinho e de ganhar doces”, realçou.
A chapecoense Simone Alves De Gois (35 anos) e o marido Bernardo Sérgio de Lima (42 anos) foram as compras com, praticamente, toda a família. Filhos e sobrinhos participaram da programação, mas se envolveram, principalmente, com a pintura facial e com o desenho, porque desconstruíram as crenças sobre o Coelho da Páscoa.
“Já se perdeu muito o significado lúdico da Páscoa. Nossas crianças já não estão mais tão conectadas com a data. Na nossa época, gostávamos de pintar e procurar os ovos, unir a família e participar das brincadeiras, agora tudo é mais digital e também comercial”, ressaltou Bernardo.
A Bianca Soares de Lima (4 anos), do município de Alpestre (RS), contrapõe a ideia de que o coelhinho não existe. Em alguns momentos, sentiu receio de se aproximar do mascote, mas essa resistência se quebrou com um singelo agrado. Chegou perto de fininho e abraçou o coelho para garantir seu chocolate. “O Coelhinho é legal e ‘amanhã’ chega a Páscoa. Sabia que eu adoro ganhar ovos? Também gosto de estudar matemática, da cor rosa, de fazer tatuagem no rosto e de desenhar. Faço obras de arte para minha mãe. Tá ficando bonito?”, questionou ao ser entrevistada enquanto coloria seu livro.
Para o gerente regional do Fort Atacadista, Éderson Fiorese, é gratificante organizar ações que fortaleçam o espírito pascal. “Assim como em outras datas comemorativas que historicamente têm uma simbologia forte, na Páscoa também planejamos nossas atividades com o intuito de oferecer um pouco dessa magia e reestabelecer, preservar e intensificar a tradição e os valores. E deu certo! A programação aconteceu até meio-dia e percebemos que o público queria mais. Esse sentimento nos entusiasma para oferecer mais momentos assim”.
O Coelhinho também deixou seu recado. Objetivo, mas indispensável. “Desejo união, amor para as famílias, mais conexão com a espiritualidade, doces e uma Feliz Páscoa!”.
Simone Alves De Gois e Bernardo Sérgio de Lima participaram, com a família, da ação de Páscoa no Fort Atacadista de Chapecó (Foto: MB Comunicação)